A revista Nova escola, teve uma edição especial no mês de agosto, todas as reportagens dessa edição foram voltadas para a inclusão, qual a sua importância, como os alunos, professores e pais reagiram durante o processo de inclusão.
Nesta edição relatam várias historias de alunos inclusos, mas não só como alunos também relatado de pessoas portadoras de deficiência que se formaram na faculdade e que hoje dão aulas para turmas do ensino regular, elas relatam como foi esse processo de formação e os preconceitos que sofreram e como conseguiram da à volta por cima.
Como são muitas reportagens sobre a inclusão, cada dia postarem uma aqui, e espero que com essas reportagens possamos melhorar o modo que a inclusão é feita, para que ela um dia seja realizada do modo certo, preparando os alunos, professores e a escola onde recebera o aluno incluso.
A primeira reportagem que colocarem será sobre 4 professores que tem alguma deficiência, e que para estarem onde estão hoje passaram por varias dificuldades até conseguirem essa grande conquista que é ser professor (a) e poderem atuarem em sala de aula.
“Carla anda de cadeira de rodas. George é cego. Rodrigo e Patrícia são surdos. Débora tem síndrome de Down. Além de possuírem algum tipo de deficiência, eles têm mais coisas em comum: cresceram numa época em que inclusão ainda era uma palavra que não significava a total integração à escola e à sociedade de pessoas com necessidades educacionais especiais. Mesmo assim, os cinco lutaram contra preconceitos, conquistaram espaço no mercado de trabalho e hoje são EDUCADORES COMO VOCÊ.”
Carla ficou paralitica depois de sentir um grande dor na colônia e desmaiou, os médicos disseram que foi por causa de uma inflamação na medula, quando acordou estava num centro de tratamento intensivo de um hospital no Rio de janeiro, não consegui mexer nada do pescoço pra baixo. Ficou arrasada, estava noiva e tentou termina o noivado, mas não conseguiu, ou invés de aceitar o pedido da noiva o bombeiro Sérgio fez o contrario, se mudou pra casa da noiva e começou estudar vários tipos de tratamentos diferentes pra ajuda Carla a melhorar e deu resultados, hoje consegue movimentar os braços e ficar de pé sobre uma das pernas. Não queria sair de casa por causa da cadeira de rodas e nem termina a sua graduação de Ciências Sociais, então sua família a levou pra fora de casa e hoje ela não tem mais vergonha de sair de casa e terminou a sua graduação. Atualmente da aula em uma escola que não é adaptada para a sua cadeira, mas espera que consiga muda isso.
George é professore de Geografia, perdeu a visão ainda criança, quando caiu do cavalo, perdeu primeiro a visão do olho direito aos 6 anos quando caiu do cavalo e com 12 anos a visão do olho esquerdo, depois disso paro de estudar e só volto com 19 anos quando foi fazer supletivo e aprendeu a ler em braile.Ele queria fazer Processamentos de Dados, passo na prova, mas não pôde fazer o curso, pois a escola técnica não estava preparada para receber cegos. No Ensino Médio, conheceu um professor de História que, para driblar a gagueira, entrava na sala declamando a matéria. "Essa estratégia fantástica me fez pensar em lecionar." Um professor de Física, sugeriu que ele gravasse as aulas. Um santo conselho. Hoje seu acervo tem mais de 350 fitas, incluídas as da faculdade. Passar no vestibular da Universidade Estadual de Montes Claros foi moleza. "Só percebemos que George era cego no quinto dia de aula", lembra Leandro Mendes, colega de graduação e de profissão. Em classe, dita para uma aluna, que passa tudo no quadro - para onde ele aponta durante as explicações, como se estivesse destacando alguma informação. Só nos dias de prova Leandro vem ajudá-lo. "É para ver se ninguém está colando."
Patrícia e Rodrigo são casados, se conheceram quando eram adolescentes, os dois são surdos, tem um filho de 6 anos ouvinte e conta com a ajuda dos pais e da babá para que o filho desenvolvesse a fala direito. A mãe de Rodrigo é professora da matéria de libras. "Foi ela quem me ensinou libras", recorda Rodrigo, que, quando garoto, enfrentou muitos problemas na escola. Língua de sinais, naquele tempo, nem pensar! A dificuldade em Língua Portuguesa o levou a ser reprovado várias vezes. Patrícia também enfrentou desafios. Os pais dela, assim como os de Rodrigo, queriam que Patrícia só fosse oralizada (aprendesse a falar). Ela até consegue falar um pouco e, quando não se faz entender, usa mímica, aponta ou escreve. Mas, rebelde como qualquer adolescente, aprendeu libras escondido. Em março, o casal se formou em Pedagogia e sabe bem o valor de uma escola preparada para lidar com as diferenças. Além da linguagem de sinais, Patrícia ensina Língua Portuguesa para os alunos surdos da Escola Básica Donícia Maria da Costa. Rodrigo trabalha na administração da empresa da família e começou este ano a dar aulas de Matemática na sala de apoio da mesma escola. "Meu maior orgulho foi ver uma aluna da 7a série tirar10 na prova. Ela só tinha notas vermelhas", conta.
"Tenho síndrome de Down e não quero ser discriminada. Vim cursar o Magistério e vou até o fim." Assim Débora Araújo Seabra de Moura se apresentou aos colegas na EE Luís Antônio, em Natal. Teve grandes dificuldades durante o curso, pois os professores a discriminavam, acham que ela era incapaz de aprender e ser professora, seu colegas abusam de sua boa vontade de ajudar as pessoas. Ao se formar, mandou convite para todos os antigos mestres. Os pais, a advogada Margarida e o psicanalista José Robério, comemoraram mais essa etapa de luta por espaços e estimulação que começou quando a filha nasceu. A equipe da Escola Doméstica - onde ela cursou parte do Ensino Fundamental - ofereceu classes para a jovem estagiar. "Queríamos ajudá-la... Que paternalismo! É ela quem nos ensina, e muito", diz a vice-diretora, Cristine Rosado. Débora, 25 anos, é professora auxiliar de uma turma com 27 crianças, de 3 e 4 anos. Trabalha como voluntária porque, se for registrada, perde o direito a pensão em caso de morte dos responsáveis (os pais lutam para mudar a lei). Ela ajuda a professora regente a fazer o planejamento das aulas, escreve no diário todos os dias sobre como foi o seu dia na escola. "Tenho um aluno agressivo. Se ele continuar assim, vai ficar sem amigos", escreveu no ano passado. Ela conversou com o menino e com os pais dele. No final do ano, o garoto havia mudado. "Fiquei emocionada quando ele me disse que eu era ótima professora."